Pilares da Vida Cristã - Parte III
Fé, Esperança e Amor
Texto: 1 Coríntios 13.13
Trataremos da terceira e última virtude teologais, o terceiro pilar da vida cristã. Virtude que segundo o próprio autor da carta escrita a igreja de Coríntios é a maior de todas as virtudes. Introduzo aqui trecho da música herege, do Mauro Henrique, que diz:
A fé vira faca sem amor
A lei vira laço sem amor
Como ter a Deus sem ter amor
Se Ele é amor?
Verdade é vaidade sem amor
Palavra é só palha sem amor
O que é incompleto passará
Mas o amor pra sempre permanecerá
Antes que alguns digam que estou baseando esta ministração em canções e com isso buscando um apelo emocional, digo que não é essa minha intenção, busco apenas estruturar um pensamento e a canção, apesar de ser muito boa, fora introduzida, como facilitador de entendimento, do tema proposto.
Lendo o texto, escrito por Paulo e ouvindo a canção, citada anteriormente, percebemos a correlação existente entre as duas. Ambos tem por objetivo dizer que podemos ter fé (confiança plena), podemos ter esperança (desejo para que algo aconteça), mas acima de tudo devemos ter o amor. Porque todo o resto, sem amor, tornar-se uma arma repulsiva, que terá papel fundamental para repelir pessoas, erguer muros, plantar desentendimento e intensificar a intolerância com pensamentos e ideias ditatoriais. Papéis que não tem relação com o evangelho ensinado por Jesus.
O amor utilizado por Paulo nesse contexto é o amor ágape. A respeito desse amor, o professor Willian Barklay, em seu livro Palavras Chaves do Novo Testamento diz:
“Ágape tem a ver com a mente: não é apenas uma emoção que surge espontaneamente no nosso coração; é um princípio pelo qual vivemos deliberadamente. Ágape tem superlativamente (que exprime uma qualidade num grau muito elevado) a ver com a vontade.”
Com base nessa frase percebemos que Paulo queria exprimir qual é o sentimento, ou seja, a vontade que realmente motiva alguém a fazer algo. Este sentimento ou essa vontade é o ponto norteador e central do evangelho de Jesus, é a partir do amor que o evangelho é fundamentado é a partir dele que vemos um homem realizando feitos extraordinários, vemos um homem se preocupando com pessoas esquecidas (da mais rica a mais pobre), vemos um homem se entregando de corpo, alma e espirito ao objetivo do seu Pai, de anunciar as boas novas, refletir sobre a vontade de Deus e resgatar a humanidade. Esse sentimento ou essa vontade é o ponto de referência do Cristianismo, que tem a caridade como ação altruísta (inclinação do ser humano a preocupação com o outro). O amor é tão relevante no evangelho de Jesus, que segundo Mateus 25.31-46, naquele dia o juiz não perguntará se você frequentou a igreja, não perguntará se você estudou a bíblia e quantas vezes a fez, perguntará exclusivamente se você praticou a caridade para com o próximo. Esta visão é fortalecida a partir dos registros de João 13.34-35 e Mateus 22.34-40.
Paulo corrobora com essa ideia e busca reforçar, em diversos momentos, a importância e a necessidade de ter amor e de praticar a caridade. No capitulo anterior (1 Coríntios 12.1-31) o apostolo Paulo, explica a igreja de Coríntios sobre a importância dos dons espirituais, ele expõe que cada pessoa receberá um dom e para dirimir a vaidade de algumas pessoas, deixa claro que o Espirito concederá o que deseja a cada um. Além disso, neste mesmo capitulo 12, a partir do verso 12, Paulo sugere a organização da igreja, a partir de uma parábola utilizando o corpo humano. Comentei isso, porque no verso 31, deste capitulo, Paulo chama atenção para algo que ele considera maior, um caminho ainda mais excelente, o caminho que consiste em exercer todos e quaisquer dom somente com o amor. A partir dessa proposição, entramos no capitulo 13 e percebemos que este capitulo evidência:
- A futilidade dos dons sem o Fruto do Espirito, amor;
- Percebemos a natureza do amor;
- E o caráter eterno do amor em contraste com a temporalidade dos dons;
Neste capitulo percebemos a importância de praticarmos o amor. Podemos ter todos os dons, estarmos no topo da hierarquia congregacional, sermos referência no contexto religioso, mas isso tudo não estiver fundamento no amor, de nada servirá. A partir dessas informações entendemos por que Paulo enfatiza que a maior das virtudes é o amor. Porque esse sentimento ou essa vontade deve ser o ponto de partida da nossa caminha com Cristo.
Concluo essa série de mensagens da forma que iniciei, dizendo que fé, esperança e amor (caridade) são virtudes permanentes, na vida do cristão. Permanente, algo duradouro, algo estável, algo que permanece ao longo do tempo. Acredito que seriam estes os pilares que todo cristão deveria ter, para que seu relacionamento com Deus suporte adversidades que aparecerão ao longo da nossa trajetória cristã (Romanos 8.35-39). Ratifico apenas que das 3 virtudes o amor é maior de todas elas.
Fontes de pesquisa:
https://www.youtube.com/watch?v=CztqsoWZOQU&list=WL&ind
https://shilyk.wordpress.com/2016/10/18/1-corintios-131-3-amor-ou-caridade/
Joiner, Eduardo. Manual Prático de Teologia. 1° Edição. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 02/2015
ELIELTON HENRIQUE DA SILVA
